domingo, 24 de maio de 2009

Evelyn Underhill é uma figura incomum entre os mestres da oração. Ela não foi, como muitas santas mulheres cristãs o foram, uma freira, mas uma dona-de-casa inglesa, que viveu toda a sua vida no interior dos subúrbios de Londres. Talvez por esta razão seu ensinamento e exemplo sejam bem condizentes às necessidades do povo de fala inglesa, que vive nas assim chamadas sociedades ?avançadas?. Ela acreditava e pensava que Deus pode e realmente nos alcança, e inspira nossas orações mesmo quando nossas vidas e circunstâncias são inteiramente ?comuns? e sem mística.Evelyn nasceu em 1874, filha de Arthur Underhill, um distinto advogado. A família estava estabelecida em Wolverhampton, mas logo se mudou para Londres onde, em 1907, casou-se com Hubert Stuart Moore, também advogado. Evelyn manteve o seu sobrenome de solteira em sua carreira como escritora, que começou cedo. Ela já tinha publicado pequenas peças durante sua adolescência.Não está claro se os livros sobre experiência ?mística? ou as experiências propriamente ditas vieram antes, mas certamente, nos primeiros anos do séc. XX, Evelyn Underhill, da mesma maneira que outros desse período, estava intensamente atraída por esta maneira de ver o mundo.Sua educação religiosa na Igreja da Inglaterra tinha sido formal e sua família tinha sido apenas convencionalmente cristã. Sua rejeição deste panorama e sua excitante descoberta pessoal dos grandes textos místicos e das personalidades do Leste e do Oeste estão incorporados em todas as suas publicações antes da I Grande Guerra, incluindo três novelas. Muito do material místico histórico e não ocidental que a fascinou era ,então, difícil de ser encontrado e ela mesma foi uma das primeiras a divulgá-lo e torná-lo acessível a pessoas comuns. Sua grande contribuição deste período foi ?Misticismo? (1911), mais tarde revisada profundamente e freqüentemente reeditada.Antes de seu casamento, Evelyn Underhill ansiava por tornar-se católica-romana. Dúvidas pessoais e a oposição de seu marido finalmente evitaram este fato, mas significou que por muitos anos, ela sentiu-se como se estivesse ?sem-igreja?. Cerca de 1922, sob a inspiração de um grande teólogo católico leigo, Frederico Von Hügel, ela voltou a ser um membro comungante da Igreja da Inglaterra e ambos inspiraram e orientaram muitas pessoas anglicanas, que se sentiam atraídas à prática da oração contemplativa.Von Hügel inspirou muito do seu pensamento posterior, e foi dele que ela elaborou uma máxima fundamental para sua conduta em relação àquelas pessoas que era capaz de auxiliar: ?A melhor coisa que nós podemos fazer por aqueles a quem amamos é ajudá-los a escapar de nós?.Uma contribuição culminante de seus últimos anos foi seu livro ?Adoração? (1036), que introduzia e analisava a grande tradição da oração pública e ritual, assim como foram herdadas, tanto no Ocidente como no Oriente.Como uma orientadora espiritual ou ?uma amiga da alma? Evelyn Underhill freqüentemente encontrou-se face a face com aquela sede por uma a ?experiência? especial ou privilegiada, a qual ela mesma havia conhecido. Ela tentava direcionar tais requisitantes para um amor gentil pelos sacramentos e um tranqüilo auto-abandono em Deus, nas verdadeiras circunstâncias daquelas vidas. Seus ensinamentos podem ser encontrados em muitos livros pequenos, baseados em seus retiros e mensagens, em suas cartas e nas memórias daqueles que a conheceram e compartilharam de sua presença tranqüila e calma sabedoria.Ela gostava de velejar e de caminhadas pelo campo com seu marido (que não estava de todo interessado em sua vida espiritual) e praticava várias artes manuais. Em 1920, ela tomou parte na tentativa de repensar o relacionamento entre religião e sociedade, inspirada pelo Arcebispo William Temple; mais tarde, ela se tornou jornalista de tempo parcial no ?Spectator? e contribuiu regularmente para outros jornais. Na época de sua morte, em 1941, ela era ainda, como tinha sido desde o começo dos anos trinta, uma pacifista cristã convicta.Evelyn Underhill comunicou por palavra e comportamento a sua percepção especial da irresistível realidade da invisível e adorável divindade, ensinada na Trindade, mas não captada na fé cristã. A luta por sua maturidade tinha sido reconhecer em toda a sua força e profundidade a doutrina cristã concernente à encarnação de Cristo. Sua docil e finalmente alegre realização dessa fé, e sua dedicação a ela pelo aprendizado e crescimento na oração, é uma das marcas registradas do seu desenvolvido ensinamento espiritual. Ela foi uma mestra da oração numa grande tradição cristã.
FÓRMULA PARA A ORAÇÃO CRISTÃToda oração verdadeira pode ser carregada sob três direçõesa adoração de Deus,a comunhão com Deus,a cooperação com Deus;e dessa adoração, liturgia,o elevar de nosso coração e mente ao Eternodeveria ser sempre ensinado primeiro.Se nós começamos com interesse próprio,ou ainda com os interesses de nosso próximo ou do mundo,nós podemos nunca chegar muito longe.Elevem seus corações?é a fórmula da oração cristã.Ela procura primeiro o reino de Deus;e nós temos que guardar esta verdade em primeiro plano.

NOSSA HERANÇADeus,que permaneces tão decisivamente acima de nossa vida,fonte de todo o esplendor e de toda a alegria,estás ainda em um contato muito próximo e carinhoso conosco,e nos levas, através de todo o esplendor e alegria, em direção à verdade.Ele criou em nós,tal desejo por ele somente,de tal modo que os breves momentos da eternidade que algumas vezes nos visitamfazem tudo o mais parecerem cinzas e pó, sem vida e sem valor.paragrafo">Portanto,não pode haver situação em nossa vida, nem atitudes, nem preocupação ou relacionamentos que nos impeçam de olhar para esse Deus de verdade absoluta, e dizer ?Pai Nosso? de todos nós e de todas as outras almas envolvidas.Nossa herança é Deus, nosso Pai e nosso Lar.

Nós o reconhecemos, diz São João da Cruz, porque nós ainda. carregamos em nosso coração um áspero esboço do semblante bem-amado.Olhando para estas profundezas,tal como para uma silenciosa lagoa numa floresta escura,nós lá encontraremos olhando para nósa face que implicitamente nós ansiamos e já conhecemos.

Ela está num outro mundo,numa outra luz, mas também está aqui.Na medida que nos apercebemos disso, nossa oração flui até que ela possa incluir os extremos de adoração respeitosa e do amor confiante, e ambos se fundam numa coisa só.

OS FRUTOS DO ESPÍRITOOs frutos do Espírito tornam-se mais escassos e menos vistosos na medida em que avançamos. Fidelidade significa continuar tranqüilamente com o trabalho que nos foi dado, na situação onde nós estamos situados, sem render-se para o impaciente desejo de mudança...Os santos que eu tenho conhecido na carne têm sido seguidamente incapazes de manter alguma coisa por eles mesmos, e têm agonizado profundamente pelo sofrimento do mundo; mas eu não penso que eles experimentaram alguma absorção mística na vida em geral. Eles somente amaram todas as coisas com o amor de Deus. Esta é a razão pela qual eu sempre sinto que o melhor caminho para ensinar e segundo mandamento é concentrar-se no primeiro!Se a graça não estivesse mais interessada em nós do que nós na graça, a maioria de nós viveria e morreria no inferno. Ela é tão mais forte do que nós somos que ela nos converterá, a despeito de nossa resistência automática.Nos dias que virão, eu estou certa de que o cristianismo terá de mover-se para fora das igrejas e capelas- ou melhor, espalhar-se para longe, através do foco devocional da sua vida- e justificar-se a si mesmo como uma filosofia completa da existência; embelezando e enriquecendo todos os níveis do ser, físico, social, mental, bem como espiritual, dizendo a verdade sobre Deus e o ser humano, e lançando sua radiância transfiguradora na totalidade do mundo atual, no qual a humanidade tem que viver.

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